quinta-feira, 27 de maio de 2010

Artigo do Fôlego da Rádio Bandeirantes Domingos 90.9FM 8:30hs



Aproveitando a fórmula 1 de hoje, vou falar do treinamento dos pilotos e como a corrida pode participar neste esporte.


Fica difícil pensar onde a corrida, uma atividade baseada em movimento, pode interessar a um piloto que quase não se move em sua atividade, em geral o movimento físico dos pilotos na fórmula 1 se restringe ao trabalho de braços, principalmente ombros e região do pescoço e olhe lá. Mas não pensem que por isso não existe trabalho físico, existe e é brutal mas sem muito movimento! Como dizia brincando Paul Newman muitas vezes o mais difícil é entrar e sair do carro!

O piloto de carros de corrida faz um trabalho grande de força isométrica, que é o tipo de contração que não utiliza movimento, além disso temos a famosa força G, que é uma força que puxa o corpo do piloto para fora do carro, e em resumo o piloto tem de suportar, e ela é a responsável pelo grande desgaste dos pilotos em uma corrida.

Me lembro quando há algum tempo atrás o piloto Christian Fittipaldi estava em uma prova na fórmula 1, e em uma determinada corrida a emissora de TV que cobria a prova, media por telemetria o batimento cardíaco dele. No grid de largada seu coração batia nada mais nada menos que 180 batimentos por minuto e notem que ele estava parado no cockpit, alinhado para a largada, ou seja sem movimento algum! Na mesma corrida, sempre que uma ultrapassagem ou momento de tensão acontecia seu batimento subia na casa dos 190 batimentos.

Para se ter idéia esta frequência cardíaca devia equivaler a aproximadamente 90 a 95% de sua capacidade máxima. Evidentemente que a causa desta elevação cardíaca se deve mais a descarga de adrenalina que envolve uma competição deste tipo em momentos críticos como a largada e ultrapassagens.

Bem, todo este comentário foi para dizer que é ai que entra o treinamento de corrida aeróbia para o piloto, trabalho este que permite condicioná-lo para que seu batimento de repouso seja mais baixo, sua recuperação mais eficiente e que possa suportar o desgaste físico cardíaco que uma corrida de fórmula 1 proporciona.

Junto com isso e com a mesma importância será necessário o fortalecimento muscular de todos os musculos envolvidos na pilotagem de um carro de fórmula 1.

É isso, até para quem fica parado dentro de um carro, a corrida com seu beneficio aeróbio tem sua grande função.

Bons treinos e até a próxima!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

No site da Corpore respondi a estas perguntas, compartilhando...

Qual o tempo de intervalo seguro para alguel disputar provas de 10km? Ex: seria forçar muito correr 10km em um final de semana, correndo o seu esforço máximo em uma prova, quinze dias depois persistir no mesmo esforço? O corredor estaria se expondo a lesões desnecessárias, que seriam evitadas tornando o intervalos entre as disputas maiores?
Roberto L. Costa
Osasco - SP 


Apesar de esta resposta ser muito particular de pessoa para pessoa, devido a individualidade biológica de cada praticante, existe um consenso geral que muitas provas em sequência podem mais desgastar o corredor do que aperfeiçoar seu condicionamento. O ideal seria que houvesse tempo para treinamento para uma prova e que uma ou duas provas pudessem fazer parte da preparação, assim se você estiver se preparando para uma São Silvestre  pode se inscrever em uma ou duas provas de 10 a 15km antes do evento visando preparação e avaliação de sua forma. Quando o corredor fica desgastado por muitas competições o risco de lesões aumenta devido a musculatura não ter tempo suficiente de recuperação, estar atento a isso é fator primordial.

Mário Mello - técnico da equipe Mário's Team






Treino desde fevereiro seguindo planilhas que associam distância e frequência cardíaca, mas surgiu uma dúvida: em uma prova de 5km ou 10km devo respeitar/manter frequente a FC? A que porcentagem devo fazer a prova? O que é o ideal?
Ana Ramos
São Paulo - SP


A frequência cardíaca é um meio seguro de manter parâmetros adequados de esforço, porém em uma prova, devido ao fator competição, favorece o corredor(a) manter esforços maiores com sensações menos desgastantes do que a rotina normal dos treinos proporciona em relação as faixas de trabalho cardíaco. Portanto, é possível trabalhar com frequências cardíacas mais altas, intensas, com menor sensação de esforço que no mesmo ritmo em um treinamento. Mas isso pode significar algo em torno de 5 a 10 batimentos mais altos que os normais em treinos intensos. Para indivíduos treinados em provas de 5km pode-se trabalhar em percentuais de 85% a 95% da freqüência cardíaca máxima, podendo finalizar a prova muitas vezes a 100%. E em provas de 10km a mesma coisa, mas vale lembrar que por ser uma corrida de maior duração, deve-se manter uma faixa no nível inferior por mais tempo ao menos até a metade da prova. Deve-se considerar que tudo depende da forma física do corredor(a). Iniciantes devem ser mais conservadores e largarem nas provas com batimentos cardíacos na faixa de 75% a 80% e observar o organismo e só se estiver com uma sensação de bem estar apertar o ritmo, pois devido ao menor condicionamento físico a tolerância ao esforço de um individuo com menor grau de condicionamento é menor.


Mário Mello - técnico da equipe Mário's Team

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Dormir ou treinar - para o Fôlego da Bandeirantes




Uma coisa que intriga muito as pessoas que não correm é o motivo de grande parte dos corredores gostar de acordar de madrugada para correr
Realmente até a mim que sou um ardoroso fã da corrida, muitas vezes acho exagerado os horários que alguns esportistas costumam acordam para treinar.
Outro dia no twitter, um amigo triatleta que sigo, postou sua rotina naquele dia, acordou 3horas da madrugada para ir treinar, claro que o treino dele começou um pouco depois, mas no máximo deve ter começado por volta das 4horas da manhã, eu particularmente acho uma loucura, pois muitas vezes para poder cumprir a planilha de treinamento, que claro é importante, esquece-se da importância do repouso! Dias depois no mesmo twitter estava mencionado o prego em que este atleta se encontrava, pois estava treinando para o ironman de Floripa, que ainda esta por vir, será que é vantajoso este procedimento? Treinar mesmo em troca de uma noite de sono deficiente?

Conheço alguns executivos que tem esta rotina de acordar muito cedo, tipo 4h30 5h para poder largar seu treino 5h30, 6h da manhã, isso no sábado, domingo, feriado, dias em que ele poderia com certeza fazer isso mais tarde e obter um descanso melhor, obtendo melhor resultado em seu treinamento.

Não quero com isso dizer o horário o qual cada um tem de treinar, mas desejo apenas alertar para que no momento em que se deseja exercitar-se quase de madrugada, é muito importante ir dormir também cedo, para que horas suficientes de sono sejam possíveis, coisa que não vejo acontecer com estas pessoas.

Uma vez chegou ao cúmulo de um maratonista que conheço ter feito um longo de 32km sem ter dormido durante a noite. Tudo bem que maratonista é meio doido, mas tanto assim já é demais!

Então fica meu alerta, correr cedinho é bom, o ar esta melhor, as ruas e parques vazios, mas se para isso você ter de sacrificar seu descanso, sugiro reavaliar seu treino e sua rotina!

Treinar por treinar só para dizer que cumpriu tabela não é uma decisão inteligente

Bons treinos e até a próxima!